quinta-feira, 29 de junho de 2017

Aprendizagem e Inclusão



Aprendizagem e Inclusão



É muito comum associar educação inclusiva à educação especial, como se a perspectiva inclusiva se referisse apenas aos alunos que são público-alvo da educação especial, pelo fato de que a discussão sobre educação inclusiva, documento elaborado na Conferência Mundial sobre Educação Especial, em Salamanca, na Espanha, em 1994, com o objetivo de fornecer diretrizes básicas para a formulação e reforma de políticas e sistemas educacionais de acordo com o movimento de inclusão social, isso passou a ser pauta por uma reivindicação das pessoas com deficiência, seus familiares e de grupos organizados em torno da defesa de seus direitos.

 De fato, especialmente os estudantes com deficiência estiveram excluídos ou segregados do sistema regular de ensino até recentemente. O movimento no sentido de incluí-los ficou associado à expressão “educação inclusiva”, pois os principais marcos normativos  que são assertivos em relação à perspectiva inclusiva foram originados a partir do debate da educação especial.

Esse contexto deu origem a inúmeras formas de se referir às crianças e adolescentes que são o público-alvo da educação especial e que frequentam as escolas regulares. São comuns expressões como “alunos especiais”, “alunos de inclusão”, “alunos incluídos”, entre outras.

O que leva as pessoas a considerarem que existem estas duas categorias: os alunos e os alunos de inclusão? Quando fazemos essa polarização há pelo menos duas ideias em jogo. A primeira diz respeito ao que se considera incluir e a segunda, ao que se entende como diferente.

Todos sabemos que não existe um ser humano igual ao outro. Somos, naturalmente, diferentes em vários aspectos relacionados à etnia, sexualidade, cultura, subjetividade, genética, entre outros.

Os alunos que apresentam o quadro do Espectro Autista, apesar dos movimentos estereotipados que apresentam, são únicos e aprendem de maneiras diferentes, isso se aplica a todas as deficiências, apesar de toda essa diversidade, nas escolas, continuamos buscando a homogeneidade no agrupamento, na seriação e nas formas de avaliação.

Continuamos achando que turmas heterogêneas é um problema e que a escola existe para ensinar aqueles que correspondem à média em termos de desenvolvimento, sem levar em conta que o normal é a diversidade.

O aluno especial aprende! E aprende muito. Independente de seu ano escolar. Quando estão nas séries iniciais há um grau de conforto em pensar que tudo é muito fácil aprender o alfabeto, as sílabas, as primeiras palavras e enfim o aluno está alfabetizado, ou as adições e subtrações.

Porém quando este aluno chega ao Ensino Médio às preocupações aumentam. O que este aluno pode aprender? Ele aprende o que é significativo para sua vida, o que vai lhe proporcionar um equilíbrio para o viver e fazer.

Não existe uma regra a seguir, porém pode ser feito algo para amenizar as dificuldades de aprendizagem deste grupo.

·         Sendo flexível: Entenda que os alunos não têm o mesmo ritmo de aprendizado;

·         Sendo objetivo: conceito chave;

·         Usando o concreto: imagens, figuras, tabuadas, calculadoras, gráficos;

·         Abuse do elogio: Motivação para a vontade de fazer melhor.

·         Atividades de sala em  dupla ou grupo: ajuda mútua;

·         Conexão com o que já sabe.

·         Realizar provas adaptativas em salas separadas, silenciosas e adequadas;

·         Oferecer tempo adicional para a realização das provas e atividades;

·         Calendário de provas flexível, se possível datas diferentes;

·         Fazer a leitura das provas para o aluno, questão por questão e esclarecer dúvidas se necessário;

·         Solicitar para o aluno repetir oralmente aquilo que escreveu;

·         Realizar as provas orais com os alunos sempre que ele não for capaz de escrever as respostas, ou com auxílio de um escriba;

·         Permitir ao aluno o uso de tabuada impressa, calculadora, tabelas, fórmulas e dicionário sempre que necessário;

·         Não descontar ponto da nota final em função de erros relacionados à disfunção;

·         Facilitar a inclusão do aluno em atividades e trabalhos em grupo;

·         Não corrigir erros de fala, principalmente na presença de outras pessoas;

·         Trabalhar em conjunto com os profissionais que atendem o aluno;

·         Utilizar recurso multimídia;

·         Priorizar ambientes escolares em que o aluno se sinta bem e sobre tudo feliz, aproveitando seu desempenho intelectual ajudando a se tornar o mais independente possível.



Quando o sistema educacional conseguir promover um ajuste relevante que responda de forma efetiva à diversidade da população escolar, é que a escola estará de fato assegurando o direito de todos a uma educação de qualidade. Neste sentido, o reconhecimento e a abordagem da diversidade constituem o ponto de partida para evitar que as diferenças se transformem em desigualdades e desvantagens entre estudantes.

Em resumo, a educação inclusiva implica que todas as crianças devem aprender juntas, independentemente de suas condições pessoais, culturais ou habilidades e potenciais diferenciados, cabe a escola permitir que a aprendizagem aconteça.









Cerislei de Faria Pinheiro
29/06/2017






Nenhum comentário: