Esta reflexão surgiu da necessidade de compreensão do papel do professor auxiliar na sala de aula, depois de alguns acontecimentos vivenciados na rotina escolar de meu filho. Acredito que esta dúvida acontece com vários pais que tem filhos com necessidades especiais e necessitam deste profissional em sala de aula.
Nem todo dos que têm necessidades educacionais especiais precisam de um auxiliar. Ele entra em cena quando há algum impedimento à inclusão. Em certos casos, a criança necessita alguém que a acompanhe em classe, flexibilizando as aulas. Em outros, requer ajuda em questões motoras, com exercícios específicos e adaptações para a escrita. Há ainda alunos que só conseguem frequentar a escola se têm apoio para locomoção, higiene e alimentação, e demandam uma pessoa capacitada para fazer esse atendimento da forma correta, evitando lesões e constrangimentos.
Hoje, boa parte das escolas tem estudantes com necessidades especiais. Mas será estas oferecem um atendimento adequado e promovem o desenvolvimento deles? Muitos professores ainda não sabem como atender às demandas específicas e, apesar de acolher essas crianças e jovens, ainda têm dúvidas em relação à eficácia da inclusão, ao trabalho de convencimento dos pais e da equipe, à adaptação do espaço e dos materiais pedagógicos e aos procedimentos administrativos necessários.
Como garantir uma educação de qualidade para 30 a 35 alunos mais os de necessidades especiais? Se cada aluno é único, com facilidades e dificuldades específicas que precisam ser trabalhadas independentemente, então a maneira como o ensino é realizado e as avaliações são aplicadas deveria, também, seguir um padrão mais individual. Sabemos, porém, que na prática é muito difícil dar atenção especial a todos os alunos, o tempo todo. Essa é a grande pergunta. Pensando neste dilema viu-se a necessidade de ter na sala de aula o professor acompanhante ou auxiliar, então surge à dúvida, qual o papel deste acompanhante e o que ele/ela pode ou não realizar.
Tanto o professor regente como o auxiliar devem saber qual o seu papel na sala de aula, para que o objetivo seja alcançado: “o aprendizado do aluno”.
O professor hoje do sec. XXI deve ter ampla sensibilidade para as necessidades de seus alunos. Compreender o papel que a escola em que trabalham possui na sociedade local e conhecer quem é cada um dos alunos isso torna fundamental para compreensão e aplicação de seu método e conteúdo.
Entre os deveres dos docentes (Art. 13, LDB), são citados os seguintes:
· Participar Proposta pedagógica da escola
· Elaborar um PLANO DE TRABALHO DOCENTE
· Zelar pela Aprendizagem dos alunos
· Elaborar estratégias para os alunos de menor rendimento;
· Ministrar aulas nos dias letivos estabelecidos pela escola;
· Participar do Planejamento, à avaliação e ao desenvolvimento profissional;
· Articular-se com as famílias dos alunos e a comunidade
Para que o objetivo da aprendizagem do aluno com necessidades especiais seja alcançado, deve haver uma boa relação entre professor regente e auxiliar, uma cumplicidade para que a função de educar seja o de ‘Facilitar’ que pode ser entendido aqui com transmitir a importância e o prazer que há em aprender. Pressupõe assim um trabalhar “junto”. Que faz parte em uma de suas obrigações como professor regente “zelar pela aprendizagem do aluno”, mas qual o papel do professor auxiliar? O mesmo papel do professor regente, porém atuando mais próximo ao aluno, como:
· Sendo o facilitador na conexão dos entendimentos das atividades, ele deve ler e reler todas as vezes que for necessário para que o aluno compreenda a dinâmica da atividade, ou no caso dos alunos alfabetizados conduzi-lo a leitura do texto sempre que necessário.
· Possibilitando materiais concretos para que o aluno chegue por si mesmo ao resultado da questão.
· Buscando outras formas de explicação e dinâmica para o assunto estudado;
· Fornecendo possibilidades para que o aluno “funcional” torne o mais independente possível.
· Nos casos em que o aluno necessite de acompanhamento no refeitório, banheiro e outras repartições da escola, o auxiliar deve proporcionar o melhor acolhimento possível, sendo a ponte nas socializações no ambiente escolar.
· Ser o mediador na realização das avaliações bimestrais e diárias como ledor ou articulador dos materiais pedagógicos.
· Participar junto ao professor titular da nota final tanto das avaliações como dos trabalhos dos alunos em classe, já que este participa de toda execução do processo.
· Facilitar a socialização do aluno com os demais da sala e escola.
Por fim, é preciso ter claras as regras que pautam a relação entre auxiliar e aluno, auxiliar e professor (a) regente. Os professores em comum acordo devem garantir condições para que a criança não apenas frequente as aulas, mas aprenda.
Sei que com dedicação, amor e perseverança novas estratégias serão estabelecidas e alcançadas no cotidiano escolar.
Cerislei de Faria Pinheiro
Mãe
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