quarta-feira, 22 de novembro de 2017

Semana de prova, socorro!


            Bom dia! 

                      
              Há sempre duas problemáticas quando se trata de adaptação de provas para os alunos especiais. A prova deve ser diferente dos demais alunos ou a prova precisa ser igual?
            Há quem defenda que as provas precisam ser iguais, pois ao contrário o aluno sentirá diferente dos demais, ou precisa ser diferente para que ele possa sentir realizado ao desenvolver atividades de seu nível. Ao admitir estratégias diferentes das convencionais somente para os alunos com deficiência ou dificuldades de aprendizagem, dá a ideia de que apenas esses são diferentes dos outros – os vistos como “normais”.
            Pensando pedagogicamente as estratégias de avaliação deveriam ser “adaptadas” a todos os alunos, e a cada um, no sentido de levar em conta suas especificidades – necessidades, interesses, estilo de aprendizagem, conhecimentos prévios, etc., mas isso não acontece... nosso sonho!!
            O objetivo central ao se adaptar uma avaliação ou qualquer outra estratégia pedagógica deve ser a equiparação de oportunidades. E para isso, é fundamental avaliar cada situação especificamente, isso mostra a importância de conhecer bem cada aluno para garantir uma avaliação de fato inclusiva, vale  ressaltar que nesse esforço todos devem ser envolvidos: aluno, equipe pedagógica, um profissional de atendimento educacional especializado (AEE).
            E muito difícil você abrir o livro para estudar os conteúdos, onde se tem 4 a 5 capítulos para estudar sem resumo, sem uma revisão legível para orientação. Pontue apenas o que cairá na prova, tenho certeza que ele vai surpreender.  
            Sei que estes testes só medem uma pequena parte das habilidades de meu filho, eles são importantes, mas sei que ele vai bem, não precisa tirar dez,  para que eu entenda o quanto foi com esforço a nota merecida. Porem há muitas outras habilidades que sei que a equipe pedagógica vê como eu vejo e não pontua como nota.
·         Sua independência cada vez maior;
·         Seus desenhos incríveis
·         Sua bondade
·         Sua habilidade de conversar e fazer amigos;
·         Sua voz linda ao cantar tão afinado
·         Habilidade de gravar um vídeo e dialogar com o público
·         Suas habilidades esportivas
·         Sua genialidade em falar sobre obras de artes famosas
Talvez um dia as escolas entendam a importância da adaptação dos conteúdos para a prova escrita ou oral. Enquanto isso só temos que e esperar o amadurecimento da visão pedagógica nos educadores.

Ceris

terça-feira, 17 de outubro de 2017

Comportamento repetitivo (pensamentos, perguntas, atitudes) na Síndrome de Sotos




Bom dia!! 

Quando pesquisamos comportamentos repetitivos sempre encontramos essas características no autismo, isso confunde no diagnóstico de Sotos. Foi o que aconteceu conosco. Desde que meu filho nasceu foi trabalhado com essa perspectiva de Asperger, mas com as últimas informações tanto médica como em pesquisas e conversando com algumas mães percebi que estes comportamentos são comuns dentro da síndrome de Sotos, crianças com Sotos podem ter autismo em 2º grau.
Algumas das características que eles apresentam são:
·         Gosto obsessivo: gosta de artes, pesquisa sobre obras de artes famosas, (Monalisa) curiosidades e monumentos (Cristo Redentor, Torre Eiffel etc.), esse discurso é diário, não significa que todos tenham o fascínio por artes, lógico que este arrebatamento pode acontecer por outras coisas como: dinossauros, esportes, desenhos, músicas, brinquedos etc.
·          Discurso repetitivo: Isso muitas vezes acontece devido o nível de ansiedade gerado. Faz a mesma pergunta várias vezes durante o dia, fala sobre um determinado tema por muito tempo, apesar de o conhecimento ser avançado para a idade não demonstra maturidade nas interpretações dos conhecimentos;
·         Comportamentos motores estereotipados, ou comportamentos sensoriais incomuns: Alguns apresentam quando menores, mas sendo trabalhados desaparecem.

Mudanças e situações novas geram medo, ansiedade, irritabilidade e podem evocar comportamentos bruscos.  Infelizmente, não temos nenhum controle sobre estas sensações, cada resposta às produz imediatamente.
Penso que devo seguir um velho e sábio ditado popular, “é melhor prevenir do que remediar”. Então, precisamos de diálogo!! Conversar todos os dias, explicar o que pode e o que não pode fazer e esperar que as mudanças aconteçam gradativamente.

Abraços!! Ceris

quinta-feira, 5 de outubro de 2017

Síndrome de Sotos – Irritabilidade





                Bom dia!! Demorei :)  mas voltei.


Hoje o assunto é irritabilidade. Seu filho (a) fica muito irritado? Sim, muito? Não? Um pouco.


                Não é fácil sentir-se irritado, ou conviver com alguém irritado, alguém acaba perdendo o controle e a situação tende sempre a piorar, isso porque as crianças irritadas tem baixo controle dos impulsos e descontrole emocional, então tende a reagir de modo exagerado a estímulos que outras pessoas conseguem tolerar melhor. Há um desgaste pessoal, uma sensação de intolerância, e de que por pequenos motivos ela irá explodir.

                Se for pesquisar sobre a Síndrome de Sotos a irritabilidade está entre os sintomas, porém essa irritabilidade varia entre crianças, algumas precisam ser medicadas, outras podem conseguir viver sem medicamentos, apenas as terapias são suficientes para aprender a controlar seu estado emocional, como é o caso do meu filho, 8 anos. Mas isso não significa que nunca tive vontade de medicá-lo. Pensei nisso várias vezes, mas sempre vem o peso dos sintomas que estes medicamentos podem causar.

                Pelas observações pude compreender que a irritação é sempre uma consequência e a melhora tem que ser pela causa, que podem ser internos (dentro do organismo), neste caso apenas o médico poderá identificar. Ou externo no ambiente, e então entra o papel de toda a família para amenizar essas causas.

Os fatores genéticos são um dos motivos que desencadeiam esta irritação, não é birra. Ele fica irritado principalmente quando:


1.       Está com fome; sempre na hora do almoço.

2.       Ansioso;

3.       Tarefa escolar, com nível de entendimento além da sua capacidade;

4.       Dormir pouco;

5.       Mudança na sua rotina;

6.       Respostas grosseiras;

7.       Ficar perto de alguém irritado (copia)


Quando está irritado não adianta confrontá-lo,  é necessário dialogar, fazê-lo refletir sobre o acontecido.  É importante ajudá-lo a usar as palavras para expressar a sua dor para falar sobre as situações adversas.

Seu filho (a) precisa que você o compreenda e esteja disposta (o) a ajudá-lo, isso o fará mais confiante e determinado a seguir em frente.

Abraços!

Cerislei de Faria Pinheiro



quarta-feira, 9 de agosto de 2017

Teste: Visual, Auditivo, Cinestésico



DESCOBRINDO O LADO FORTE DE MEU FILHO


Por mais simples ou complexo que seja, todo pensamento pode ser desmembrado em três componentes: IMAGEM, SOM E SENTIMENTO.
Quando seu filho pensa no que comeu ontem no jantar ou pensa num problema matemático, não importa: seu pensamento pode ser desmembrado em imagem, som e sentimento. Esse é o “abc” do pensamento. 
Só que esses componentes não se distribuem na mesma proporção. Há crianças mais visuais, outras mais auditivas, outras mais cinestésicas. Isso quer dizer que as pessoas visuais precisam ver, pois é com imagem que elas processam informação. Daí a tendência de elas olharem mais para cima porque, como já vimos, é dessa forma que se ativa o campo visual de nosso cérebro. Quando a criança está conversando com você e, de repente, ela olha para cima, você pode não sabe o que ela está pensando, mas sabe como está pensando – usando imagens.
Já os auditivos processam informação ouvindo – e seus olhos, na maioria das vezes, vão buscar referências movimentando-se para os lados.
O terceiro grupo, dos cinestésicas, caracteriza-se por processar informação por meio de gestos, de expressões corporais – e seus olhos frequentemente se direcionam para baixo e para direita. Observe uma criança cenestésica e um visual conversando: um gosta de chegar perto, de tocar, enquanto o outro se afasta para poder ver, pois é assim que se sente melhor. Como resultado, a conversa deles muitas vezes começa num canto da sala e termina no outro... 

Então, agora, fazendo o exercício do final deste texto, você vai descobrir em que grupo seu filho se enquadra – se no dos visuais, auditivos ou cinestésicas – e, a partir daí, uma grande melhoria poderá ocorrer nos seus resultados.

Fala-se muito em alunos com dificuldade de aprender, quando o caso quase sempre é de dificuldade de ensinar. Para motivar os alunos, todos os educadores deveriam ser poliglotas – ou seja, comunicar-se ao mesmo tempo com os visuais, os auditivos e cinestésicas. Para os auditivos, teriam que falar variando o tom de voz: baixo, alto, grave, agudo, suave, enfático... E para cinestésicas, teriam de andar pela sala, gesticular, chamá-los a participar.
Mas, infelizmente, só poucos professores conseguem ser assim. Então, cabe a você mãe reconhecer o canal predominante de seu filho e explorá-lo ao máximo.

Sentar-se à frente, na sala de aula, é uma vantagem para os três: os visuais vêem mais, os auditivos ouvem melhor e cinestésicas sentem-se mais participantes. Além, disso, é uma maneira de as interferências serem eliminadas na recepção daquilo que o professor está explicando. De qualquer forma, mesmo depois de ter descoberto o canal predominante, não pode explorá-lo a ponto de atrofiar os demais. Então, se ele vê muito, procure ouvir mais, se você ouve muito, procure ver mais. E se você vê muito e ouve muito, procure fazer mais! (Ribeiro, 2003, 99-107).


Para saber qual campo forte de aprendizagem do seu filho, responda a estas 20 perguntas, some as respostas e aplique a tabela.
Ele(a)
1. Gostaria mais de estar fazendo este exercício:
(a) por escrito
(b) oralmente
(c) realizando tarefas

2. Gosta mais de ganhar presente que seja:
(a) bonito
(b) sonoro
(c) útil

3. Tem mais facilidade de lembrar nas pessoas:
(a) a fisionomia
(b) a voz
(c) os gestos

4. Aprendo mais facilmente:
(a) Lendo
(b) Ouvindo
(c) Fazendo

5. Atividades que mais motivam:
(a) fotografia, pintura
(b) música, palestra
(c) escultura, dança

6. Na maioria das vezes, preferi:
(a) observar
(b) ouvir
(c) fazer

7. Ao assistir um filme, desenho, observa que:
(a) se prende as cenas
(b) aos diálogos
(c) as sensações (rir, chora)

8. Nas férias, gosta mais de:
(a) sair, passear, conhecer novos lugares
(b) descansar, dormir, assistir filme
(c) participar de atividades


9. O que mais valoriza nas pessoas é:
(a) a aparência
(b) o que elas dizem
(c) o que elas fazem

10. Percebe que alguém gosta dele(a):
(a) Pelo jeito de  olhar
(b) Pelo jeito de falar
(c) Pelas suas atitudes

11. Seu brinquedo preferido é:
(a) grande, pequeno
(b) silencioso, musical
(c) montar, fazer

12. No quebra cabeça, ele (a):
(a) olha sempre para a  imagem montada;
(b) ouve as instruções;
(c) já começa a montar

13. Recebe os comandos, principalmente:
(a) por lista de rotinas
(b) ouvindo as instruções
(c) sanções

14. Em excesso, o que mais me incomoda é:
(a) Claridade
(b) Barulho
(c) Ajuntamento

15. O que mais me agrada num  passeio:
(a) O ambiente
(b) A conversa
(c) A comida

16. O que mais gosta em uma historia:
(a) As imagens
(b) O tom da voz
(c) Insistir em segurar o livro

17. Numa roda de crianças, fica:
(a) Observando as demais
(b) Ouvindo as conversas
(c) Andando, mexendo com as mãos

18. Entusiasma quando:
(a) lhe mostram
(b) lhe falam
(c) convidam para participar

19. Ao te agradar ele (a):
(a) Oferece um objeto
(b) Diz que te ama
(c) te abraça

20. O que ele  mais gosta:
(a) ir ao cinema
(b) ouvir música
(c) praticar esporte

Faça as contas

Some quantas vezes você indicou cada letra e multiplique por cinco.
Você  terá os percentuais de quanto você é visual (A), auditivo (B) ou cinestésico (C).
A................vezes x 5 = ........%
B................vezes x 5 = ........%
C................vezes x 5 = ........%


Adaptado de: http://boaspraticasfarmaceuticas.blogspot.com.br/2013/01/descobrindo-seu-lado-forte.html

Cerislei de Faria Pinheiro

terça-feira, 8 de agosto de 2017

Síndrome de Sotos: Diário de uma mãe




Bom dia! É difícil a tarefa de ensinar, mas através das observações diárias, algumas dicas são acrescentadas, e fica possível perceber como meu filho aprende. Talvez estas observações podem vir acrescentar as suas observações.

            Sei sobre a competência dos educadores para ensinar, a disponibilidade de pesquisar e descobrir qual o melhor caminho para meu filho aprender, mas como mãe deixe que eu fale um pouco sobre como ele aprende.

            Ele é grande para sua idade, tamanho de 11 e comportamento de oito anos, não deixe que isso altere seu julgamento, achando que ele faz coisas de crianças menores.

Como toda criança de oito anos, está na etapa do desenvolvimento onde a amizade e o descobrimento do meio são os protagonistas, por isso ele gosta de brincar com seus amigos, ‘fazer experimentos', descobrir coisas na natureza, me ajuda a plantar flores, pratica esportes, vive em um mundo imaginário com seus brinquedos, assiste filmes, YouTube e gosta de jogos.

Ele está mais independente, me procura cada vez menos para ajudá-lo, sua capacidade de concentração melhorou muito em relação às idades anteriores e por isso é capaz de usar seus próprios recursos antes de buscar por minha ajuda, isso porque ele sente-se consciente de si mesmo como pessoa, reconhece algumas das diferenças em relação aos outros e expõem-nas.

Isso o leva a querer fazer sozinho dizendo que seus colegas não precisam do professor ao lado, porém com o poder de convencimento entramos em acordo e assim fazemos juntos sim, sem stress sem preconceito.

Costuma sentir-se centro de qualquer cena e dramatizar-se, não é capricho ou mimado, diga que entende que ele está com raiva, mantendo a calma, e explique que vai esperar que se acalme para conversarem. Quando ele está nervoso parece estar surdo, não vai ouvi-lo e nem realizar qualquer atividade. Não se assuste! É só dar a ele uma bolinha para apertar, um brinquedo qualquer, isso irá ajudar a acalmá-lo.

Ele aprende por instruções verbais, gosta de diálogos, evita transcrições longas, não presta muita atenção nas ilustrações, move os lábios quando lê, para ele é mais fácil lembrar o nome de alguém, decora as coisas por repetição por isso muitas vezes fazemos vídeo do que ele tem que aprender para ouvir depois, combinar as roupas não é tão importante pra ele, prefere explicar suas escolhas, gosta de ouvir, mas não espera pra falar, isso, pode ser trabalhado.

O importante é que ele sinta-se confortável, feliz, confiante e seguro, isso facilita a sua aprendizagem. Como escreveu Leonardo da Vinci “Aprender é a única coisa que a mente nunca se cansa, nunca tem medo e nunca se arrepende”.



Cerislei de Faria Pinheiro